
Roger Federer já se aposentou há mais de dois anos, mas sua influência no tênis não dá sinais de que irá se dissipar tão cedo.
Além do legado vitorioso, rivalidades e partidas memoráveis, sua personalidade e inteligência têm alimentado as mídias com conteúdos inspiradores.
Quem consome tênis nas redes sociais está acostumado a receber do algoritmo vídeos com jogadas incríveis do suíço, algo também impulsionado pelo excelente ano de Grigor Dimitrov, último herdeiro do estilo de jogo do ex-número 1 do mundo.
Federer também se fez notar sendo convidado ao palco por grandes artistas como Andrea Bocelli e Coldplay, homenageado em grandes shows. No entanto, os dois conteúdos que causaram maior comoção nos últimos tempos foram fruto de sua apurada visão de mundo e sensibilidade: o discurso para os formandos de Darthmouth e a carta ao grande amigo Rafael Nadal em seu adeus.


Em ambas as ocasiões, Federer lembrou o gênio das quadras que inspirou gerações, pela naturalidade e aparente facilidade que lhes são peculiares.
Discursou por 25 minutos aos formandos de uma das faculdades de maior prestígio no mundo, pertencente ao grupo das Ivy League, com a fluidez de quem lia algo pronto, mas com a naturalidade de quem divagava ali pensamentos improvisados.
Já na carta sobre o adeus de Rafa Nadal, emocionou a legião de fãs de ambos ao lembrar seus feitos e relevância para o mundo dos esportes.

Enganou-se quem imaginava que a perfeição de Roger dentro e fora das quadras resulta somente de um talento inegável. Em entrevista recente, Darren Cahill, treinador do atual número 1 do mundo, Jannik Sinner, fez questão de desmistificar a ideia de que Federer treinava pouco, comparado aos outros tenistas.
O australiano contou a experiência que teve em um camp de treinamento da lenda suíça, no qual era comum ficarem por mais de quatro horas seguidas na quadra.
Ao perceber o espanto do treinador, Federer explicou que o relaxamento que ele via nos treinos e aquecimentos em competição era somente a ponta do iceberg, os ajustes finais de algo que já havia sido trabalhado exaustivamente. A revelação soma mais uma virtude ao enorme acervo de Federer, a de liderar pelo exemplo.
