


Dito tudo isso, convenhamos que o garoto é MUITO bom. A naturalidade com que João Fonseca desenvolve a agressividade em seu jogo é de encher os olhos. Armas letais em ambos os lados (forehand e backhand) formam a base de um padrão que se encaixa perfeitamente no tênis moderno, com evidente predominância das quadras rápidas – é só analisar a temporada de 2024 de outro tenista com as mesmas características… Um tal Jannik Sinner, conhecem? E o melhor dessa história é que João tem muita margem para evolução. Uma consistência maior no saque, subidas mais seguras à rede e a utilização mais frequente das curtas (sobretudo no saibro, no melhor estilo Carlitos Alcaraz) certamente levarão nosso menino do Rio ao topo do jogo.

Ah, sobre a pressão? João parece gostar desses momentos, principalmente quando está na posição de azarão e enfrenta jogadores mais badalados – é aí que tem mostrado seu melhor. É normal que ainda sinta um pouco quando ele próprio é considerado o favorito, mas a isso também irá se adaptar. Agora, uma coisa é certa: nosso prodígio terá a oportunidade cada vez mais frequente, daqui em diante, de vestir a roupa de gala que mais se adequa a essas tantas ocasiões. E que alegria a de saber que este estandarte será carregado por um atleta de valores tão sólidos quanto João Fonseca. Um alívio, principalmente em tempos nos quais sermos torcedores muitas vezes nos coloca quase em um dilema ético. Então aceitemos o privilégio da pressão e dá-lhe apoio a esse garoto que tem tudo para encantar por um longo período os amantes do tênis – não só os brasileiros.


